sábado, 22 de maio de 2010

Dislexia


É definida como um distúrbio de aprendizagem da leitura e estende-se à escrita e soletração.
Todo esse processo não é resultado de desatenção, má alfabetização, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência como muitos imaginam.
O que ocorre na dislexia é uma dificuldade específica nos processamentos da linguagem para reconhecer, reproduzir, identificar, associar e ordenar os sons e as formas das letras.
Há uma condição genética e hereditária que acompanha a dislexia, além de um modo característico de funcionamento dos centros neurológicos de linguagem.
Percebemos os múltiplos fatores que envolvem essa temática e por isso a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar formada por profissionais especializados - Psicólogo, Fonoaudiólogo e psicopedagogo.

Algumas crianças, desde muito cedo, podem apresentar características que servem de sinais de alerta aos pais e educadores a respeito da dislexia:

- A criança pode demorar ou apresentar dificuldade em segurar uma colher, por exemplo ao se alimentar sozinha;
- Dificuldade em fazer o laço no cadarço do sapato;
- Demora ou tem dificuldade em pegar ou chutar uma bola;
- Pode demorar mais do que outras crianças para aprender a andar;
- Apresenta atraso no desenvolvimento da linguagem oral (falar as primeiras palavras);
- Dificuldade na aprendizagem das letras.

* Esses sinais caracterizam "crianças de risco". Eles servem para observação e ficarmos atentos ao processo de desenvolvimento e aquisição da linguagem escrita. São apenas indícios, não quer dizer que essa criança tenha dislexia. Além disso, estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.

Alunos com Dislexia podem demonstrar tristeza, baixa autoestima, culpa e insegurança. "Mas eu não sei", "não consigo" são frases ditas frequentemente por alunos com dislexia. Recusa-se a realizar atividades por medo de que os erros apareçam e sejam ridicularizados pelos colegas. A maioria nessa situação cria um vínculo negativo com a aprendizagem apresentando alguma atitude agressiva com colegas e professores.
O que é importante destacar é que o quanto antes for diagnosticado melhor para todos: os pais, a criança, a escola, e isso ocorre quando a criança passa pelo processo de alfabetização. Nessa fase, trocas de letras e ler com dificuldades é normal, porque a criança está aprendendo. Se as dificuldades são persistentes é a hora certa de procurar ajuda especializada.
 
O diagnóstico é realizado por exclusão e fatores deverão ser descartados: déficit intelectual, disfunções ou deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais (congênitas e adquiridas), desordens afetivas anteriores ao processo de fracasso escolar (com constantes fracassos escolares o disléxico irá apresentar prejuízos emocionais, mas estes são consequências, não causa da dislexia). Para isso a equipe multiprofissional - Psicólogo, Fonoaudiólogo e psicopedagogo poderá solicitar parecer de outros profissionais como: Neurologista, Oftalmologista, entre outros, de acordo com cada caso.

Além do acompanhamento com a equipe multiprofissional especializada é de fundamental importância a acolhida das escolas a esses alunos que deve acontecer sem modificar os seus projetos pedagógicos curriculares. Os procedimentos didáticos adequados possibilitam ao aluno desenvolver todas as aptidões, que são diversas. É preciso que os professores proporcionem aulas de qualidade para atingir a todos os alunos.

Seguem algumas orientações para professores de alunos com Dislexia:
- Use sempre que possível recursos visuais como: vídeos, retroprojetor, slides, etc;
- Proponha atividades fora da sala de aula - pesquisa, atividades em laboratório, entrevistas;
- Elabore um resumo do programa a ser desenvolvido durante a semana;
- Após a explicação do conteúdo diário, forneça um breve resumo - recapitulando do conteúdo;
- Avise antecipadamente leitura de livros ou textos.


INTERLIGADO


- Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 5% e 17% da pupolação mundial tem dislexia. E que a alfabetização precoce não está relacionada com a dislexia e que alunos podem continuar com dislexia mesmo na fase adulta;

Sabia?

- Em 1887, Rudolf Berlin, um oftalmologista de Stuttgart (Alemanha), usou o termo dislexia para se referir a um jovem que apresentava grande dificuldade de aprendizado da leitura e escrita ao mesmo tempo em que apresentava habilidades intelectuais sem dificuldades em todos os outros aspectos. (Fonte: Uber Dyslexie. Archiv fur Psychiatrie).

- Os disléxicos não apresentam problemas psiquiátricos ou neurológicos nem deficiência intelectual ou sensorial;

- A dislexia é mais comum em meninos que em meninas;

- Mesmo vivenciando essas dificuldades, com maior ou menor intensidade, algumas pessoas conseguiram desempenhar brilhantemente suas atividades na literatura, na ciência, na escultura, no esporte, no cinema, nos negócios na pintura, na política e outros campos ( Ex. Albert Einstein, Tom Cruise, Alexander Graham Bell, Walt Disney, Thomas A. Edison, Robin Williams, Leonardo da Vinci...);


Saiba mais: http://www.dislexia.org.br (Associação Brasileira de Dislexia)
                http://www.apad-dislexia.org.br (Associação de Pais e Amigos dos Disléxicos)

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